Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram quais os Estados da Amazônia Legal mais desmatam e as consequências dessa atividade a longo prazo.
Não é de hoje que acontece o desmatamento nos Estados da Amazônia Legal. Desde meados da década de 70, com a tentativa da implementação de rodovias que conectam a Amazônia com o resto do país, a prática do desmatamento se tornou uma realidade que só passou a crescer.
O ano de 2021 teve números alarmantes em torno do desmatamento na região. Ao todo, foram destruídos 10.362 km² de mata nativa, o que na prática equivale a metade do Estado do Sergipe.
O Portal Amazônia procurou dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) para saber quais os Estados da Amazônia Legal mais desmatam e as consequências dessa atividade a longo prazo.
Por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, que é responsável por monitorar a região por meio de imagens de satélite, constatou-se um recorde no desmatamento extremamente negativo.
Foi o pior índice de desmatamento nos últimos 10 anos, com 29% a mais de áreas desmatadas em relação à 2020, com 8.096 km² de florestas desmatadas.
A seguir, confira a lista dos Estados que mais desmatam:
1º Pará
Em primeiro lugar no ranking, está o Pará, que manteve sua posição. Foram surpreendentes 4.037 km² desmatados, representando 39% do registrado em toda a Amazônia. Os índices são alarmantes e preocupam autoridades.
2º Amazonas
Na segunda posição se encontra o Amazonas, cujo desmatamento teve um aumento de 49% em relação ao ano de 2020. Foram 2.071km² de mata nativa desmatada.
3º Mato Grosso
O desmatamento no Mato Grosso, Estado que compõe a Amazônia Legal, foi de 1.504 km². Depois do Amazonas, o Estado teve o segundo maior aumento em relação ao ano anterior, de 38%.
4º Rondônia
Em 2021, Roraima registrou um desmatamento de 1290 km² em áreas de floresta. Em relação à 2012, ano da série realizada pelo Imazon, o número multiplicou mais de seis vezes, correspondendo a 497,2% de aumento. Na época, foram 782 km² desmatados.
5º Acre
O Estado do Acre teve o terceiro maior aumento se comparado a 2020. Foram 28% de aumento e 889 km² desmatados.
6º Maranhão
Também pertencente à Amazônia Legal, o Imazon só possui registros de desmatamento a partir de 2020. Ainda assim, houve um aumento. Em 2021,foram 265 km² desmatados, 33 km² a mais que no ano anterior.
Roraima, Tocantins e Amapá
Por fim, os Estados de Roraima, Tocantins e Amapá foram os que menos registraram um índice tão alto se comparado aos demais. Em Roraima foram 256 km²; Tocantins 32 km² e Amapá 18 km² de área florestal removida.
Vale ressaltar que o Amapá foi o único não registrou um aumento em relação ao ano de 2020 na Amazônia.
Consequências do desmatamento
Inicialmente, o desmatamento era bastante associado à projetos de infraestrutura e ocorria, principalmente ao redor das rodovias como a transamazônica (BR-230), e ficaram conhecidas como “arco do desmatamento”. Com o avanço do desenvolvimento regional e tecnológico, o desenvolvimento sustentável se tornou um desafio.
Porém o desmatamento das regiões nativas, tem implicado diversas alterações climáticas, além da perda de habitat de animais, além do fato de espécies pertencente à fauna e à flora da região poderem entrar para a lista de espécies ameaçadas de extinção.
Além disso, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o desmatamento é a segunda maior causa das mudanças climáticas.
Confira o gráfico fornecido pelo Imazon: